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Origami
- Rafael Serra
- 29 de ago. de 2017
- 1 min de leitura
Em cada dobradura que desfaço
queima o branco um pedaço de mim.
Arde novo,
esquentando a pele,
escapulindo lentamente em silêncio estranho.
Cobre meu corpo comigo
e nem sei mais quem sou.
Em cada dobradura que desfaço
surjo palavra nova em boca de criança.
Palavra estalada,
voando por ai procurando se entender.
Em cada dobradura me desfaço em muitos.
Eus conflitantes...
desconfiados
da minha vã razão.
Me desdobro, assim, meio sem querer.
Flor de papel
Camada
por
camada.
Origami despetalado,
desconfigurado,
com medo de si.
Um papelete enrugado
aprendendo a crescer.
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